Sandro Meinerz fala sobre os desafios e projetos para a Delegacia Regional

Há menos de uma semana como delegado regional, Sandro Meinerz ainda faz uma série de levantamentos de dados estatísticos de todas as 26 delegacias dos 21 municípios que fazem parte da 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil. Apesar de estar se inteirando do funcionamento da Regional, logo na sua posse o delegado já anunciou seu grande projeto para a gestão: a criação de uma delegacia de homicídios em Santa Maria.

A justificativa é, além de dar maior atenção para os assassinatos e também para as tentativas de homicídio, desafogar os distritos policiais para que possam trabalhar com mais afinco em casos de furto e roubo. Confira, a seguir, os planos do novo delegado regional.

Gestão

Como delegado regional, Sandro Meinerz será o responsável pela administração de 26 delegacias, 206 policiais, 22 delegados, 14 servidores administrativos e ainda 57 viaturas. Para o ex-delegado regional, Marcelo Arigony, esse seria o principal desafio de Meinerz, devido aos últimos cortes de verba para a segurança anunciados pelo governo estadual. Meinerz concorda:

"A estrutura não é ruim, nem das delegacias, nem no setor de viaturas, nem nos equipamentos. Em algumas delegacias, falta gente. Temos muitos policiais se aposentando e muitos em condições de se aposentar. Vamos cuidar a questão do trabalho extraordinário. Se usávamos 50 agentes em uma operação, vamos tentar fazer com 45. Vamos ter que criar alternativas. Vai acabar afetando a produção, mas temos que trabalhar com o que é ofertado."

Dança das cadeiras

Como assumiu a Delegacia Regional, Sandro Meinerz terá de passar o comando da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) em breve. Até o momento, ele continua respondendo por ela. Mudanças nos comandos dos distritos policiais deverão ocorrer. Uma delas deverá ser o destino do ex-delegado regional Marcelo Arigony, que manifestou o desejo de não permanecer na 1ª Delegacia de Polícia, onde está hoje. Com isso, e também com a vaga da Defrec, mudanças em outras delegacias deverão ser feitas.

"Estou fazendo um Raio X das delegacias para ver o que precisa ser mudado. O Marcelo tem que estar em uma delegacia importante. Ele não quer ficar na 1ª DP, e até já sei quem colocarei ali, mas não posso anunciar ainda. Ajustes vão existir."

Delegacia de homicídios

Com o recorde de 50 assassinatos em Santa Maria no ano passado e com 25 neste ano, a criação de uma delegacia de homicídios é o principal objetivo de Meinerz, no qual ele se debruça nesses primeiros dias de trabalho para colocá-lo em prática o mais rápido possível. Conforme ele, a equipe deverá ser formada por dois escrivães, duas ou três equipes de investigação, uma pessoa para a parte administrativa, um delegado e duas viaturas, totalizando 10 pessoas. A ideia é dar uma resposta mais rápida na prisão de suspeitos e tirar o serviço dos distritos policiais, que trabalhariam em outros crimes, principalmente furtos e roubos.

"Conversei com a chefia, que gostou da ideia e achou que essa pode ser uma saída. Temos um alto índice de elucidação, mas não basta. Alguém que matou uma pessoa ontem tem que ser presa no máximo amanhã. Temos que ter a capacidade de produzir rapidamente a prova e retirar aquela pessoa de circulação por dois fatores: para ele não fazer de novo e para não ser vítima de um ato de vingança. Esse projeto é importante pelos homicídios, pelos furtos e pelos roubos. Os distritos vão trabalhar mais nos roubos, e vou cobrar isso. É uma decisão que gera dois efeitos."

Serviço de inteligência

Apaixonado pela área investigativa, inclusive, na sua posse, foi reconhecido por isso pelo chefe de Polícia Civil, Guilherme Wondracek, Meinerz pretende aprimorar o Serviço de Inteligência Policial (Sipac), que servirá como apoiador para as outras delegacias da região na produção de operações policiais.